Daria um bom filme
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Cliff Burton
Desde pequeno, a música era sua grande paixão. Aos seis anos de idade, começou a tocar cello, seu primeiro instrumento. Mais trade, iniciou os estudos de piano e, aos 16 anos, passou a tocar baixo. Entre setembro de 78 e janeiro de 80, teve aulas de baixo com Steve Doherty, que o apresentou aos mais variados estilos, do clássico ao jazz. “Ele era um bom estudante e muito centrado, sabia o que queria”, relembra o professor. “Ele era o tipo de estudante que sempre vinha com as aulas prontas, o que não é muito comum. Estudamos diferentes ritmos e consigo identificar muitos deles no jeito como tocava. Cliff era muito sério e quieto, mas tinha um raro direcionamento para fazer o que queria com sua música. Não credito isso a mim. Já era parte de sua personalidade musical aflorando.”
Em 1980 entrou para um grupo chamado Trauma, de carreira não muito importante na Bay Area de São Francisco. Um dos seus companheiros de banda ´era Jim Martin, que mais tarde fundou o faith No More. Jim era um de seus melhores amigos e co-inspirador de uma série de bandas como EZ Street, Agents of Misfortune e A.D.2 Million.
Em 1982, Lars Ulrich telefonou para Brian Slagel (fundador da gravadora Metal Blade), descontente com seu baixista Ron MacGovney. Como Slagel havia assistido a uma apresentação do Trauma e ficado muito impressionado com Cliff, ele sugeriu que Lars fosse a uma apresentação do Trauma. Em agosto do mesmo ano, James Hetfiels e Lars entraran no esfumaçado e escuro Whisky-a-Go-Go e ficaram convencidos de que Cliff era a pessoa certa para assumir o baixo. Dave Mars, o primeiro roadie do Metallica, estava junto e lembra. “Os dois estavam atônitos e só resmungavam ‘Meu Deus! Olha esse cara!’. A coisa que mais os impressionou foi o fato de que, geraalmente, vê-se guitarristas solando. Mas, naquela noite, eles viram um baixista solando como um alucinado”.
Em 28 de dezembro de 1982, Cliff Burtton entrou para o Metallica, na época a demo No Life’Til Leather caiu nas mãos de Jon Zazula, dono de uma loja de discos em Nova Iorque, que os contratou para um show. O grupo subiu no palco juntos opela primeira vez em 05 de março de 1983 no The Stone.
Durante a parte européia da turnê Damage Inc., que promovia o álbum Master of Puppets, a banda percebeu que dormir em cubículos de seu ônibus era desconfortável. Como uma solução paliativa, os membros tiravam a sorte nas cartas todas as noites para que um deles dormisse no beliche de cima, mais confortável. Na noite de 27 de setembro de 1986, Cliff ganhou nas cartas com um ás de espadas. O jogo foi a última conversa de Cliff.
Cliff estava dormindo quando, de acordo com o motorista, o ônibus da banda derrapou no gelo acumulado na pista e capotou na grama na comuna de Ljungby, perto de Dörarp, numa região rural do sul da Suécia. Cliff, no beliche de cima, foi jogado para fora do ônibus, que ao capotar caiu em cima dele, matando-o. Um pedaço do ônibus que o estava suspendendo parcialmente ainda cedeu, fazendo com que o ônibus se movesse em cima do corpo de Cliff novamente.
James Hetfield disse mais tarde que ele primeiro achou que o motorista estivesse bêbado, ou que ele tivesse sido negligente, e caminhou longas distâncias pela estrada tentando ver o gelo na pista. Entretanto, a embriaguez do motorista nunca foi provada, e este foi inocentado pelo acidente.
O corpo de Cliff foi cremado e suas cinzas foram jogadas em Maxwell Ranch. Durante a cerimônia, o instrumental "Orion", do Master of Puppets foi tocado. Cliff nunca chegou a tocar a canção ao vivo, e o Metallica jamais a havia tocado até 3 de junho de 2006, no festival Rock Am Ring, em Nurburgring, quando eles tocaram o álbum inteiro para marcar os 20 anos de seu lançamento. Até então, apenas trechos da música haviam sido tocados. Durante os anos 90, o sucessor de Cliff, Jason Newsted, frequentemente usava a melodia de baixo nas improvisações.
Equipamentos
Baixos:
Rickenbacker 4001, quatro cordas, vermelho, inlays triangulares;
Alembic Spoiler, quatro cordas, preto, com inlays em pontos pretos, assim como im Aria Pro II
Amplificadores:
Mesa Boogie 4’’ x 12’’ e 1’’ x 15’’
Ampeg SVT-1540HE
Efeitos:
Morley Power Wah Bosst (usado nos solos, em “Seek and Destroy” e “For Whom the Bell Tolls”)
Electro Harmonix Big Muff (usado em “(Anesthesia) Pulling Teeth”, “Seek and Destroy” e “For Whom the Bell Tolls”)
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Jaco Pastorius
Era o primeiro filho, dos três filhos, do casal John Francis Pastorius II, que era baterista e Stephanie Katherine Haapala.
Ainda muito jovem, entretanto, mudou-se para Fort Lauderdale, na Florida. Entre outras curiosidades não muito conhecidas, Pastorius foi coroinha no Colégio Católico St. Clement, em Wilton Manors, cidade próxima de Fort Lauderdale, dentro do condado de Broward.
O apelido "Jaco" tem origem em sua ligação com o esporte. Como o apelido de seu pai era Jack, começaram a chamá-lo de Jacko, em referência ao lendário jogador de beisebol, Jocko Colon. Quando o pianista francês Alex Darqui escreveu um recado para Pastorius, utilizou a grafia JACO. Pastorius gostou então dessa forma de soletrar seu apelido e adotou a partir de então: Jaco.
Além de seguir os passos de seu pai como baterista, Pastorius era fã de esportes, e jogava beisebol, basquete e futebol americano desde jovem. Em uma partida de futebol americano, sofreu um acidente onde quebrou seu pulso esquerdo, comprometendo a agilidade como baterista. Nessa época, tocava bateria no conjunto Las Olas Brass. David Neubauer, então baixista do Las Olas, saiu do grupo, permitindo então que Pastorius assumisse sua posição, por volta de 1970. O Las Olas brass fazia covers de Aretha Franklin, Otis Redding, Wilson Pickett, James Brown.
Segundo as próprias palavras de Pastorius, suas principais influências musicais foram: " James Brown, The Beatles, Miles Davis, e Stravinsky, nessa ordem." Além desses, Jaco cita outros nomes como Jerry Jemmott, James Jamerson, Paul Chambers, Harvey Brooks, Tony Bennett, Sinatra, Duke Ellington, Charlie Parker, e cita com especial atenção o nome de Lucas Cottle, um desconhecido baixista neo-zelandês que tem algumas gravações ao lado de Pastorius.
Em 1974, começou a tocar com Pat Metheny, hoje uma lenda viva da guitarra, chegando a gravar um álbum juntos, "Jaco" (1974), o primeiro cd da carreira do baixista, diferente do que se pensa. Em 1976, Jaco gravou seu segundo álbum, produzido pela Columby Productions - Epic, instantaneamente reconhecido como um clássico no cenário jazzístico da época. Foi então convidado a fazer parte do Weather Report, onde gravou em 1977 o álbum Heavy Weather, indicado ao Grammy e um dos álbuns de fusion mais famosos de todos os tempos.
Ainda em 1976, Jaco gravou o álbum Bright Size Life, disco de estréia de Pat Metheny, considerado "marco zero" na história do jazz fusion. De 1976 é também o álbum Hejira, da cantora e compositora Joni Mitchell, com Jaco numa excepcional performance.
No início da década de 80, Jaco aprofundou-se em um projeto solo, acompanhado de metais, e o desejo de conduzir uma big band com as linhas de baixo deu origem a banda Word of Mouth, que lançou em 1981 um disco homônimo, distribuído pela Warner. O disco explodiu de costa a costa nos Estados Unidos, com performances virtuosas de Herbie Hancock, Wayne Shorter e Peter Erskine.
O ano de 1984 marca o início do declínio desse gênio dos graves, e após a dissolução da Word of Mouth, cortado da Warner, Jaco produz o material de Holiday for Pans, juntamente com Othelo Molineaux (steel drums), disco que não chegou a ser lançado, pois Jaco não conseguira um contrato com nenhuma distribuidora. Os originais foram roubados e recuperados posteriormente, mas o material já não poderia ser totalmente aproveitado. Um recorte de Holiday for Pans, renomeado de Good Morning Anya, foi incorporado a coletânea Jaco Anthology Punk Jazz, lançada pela Rhino Records, em 2003.
Jaco utilizava baixos Fender Jazz Bass 62. Seus dois baixos foram roubados em 1986, e nunca foram recuperados. Para algumas faixas, utilizava um efeito "flanger". Utilizava bastante alternância entre os captadores da ponte e do braço, equilibrando o timbre que desejava utilizar. Certo dia, Jaco resolveu arrancar os trastes de seu baixo elétrico. Não inventou o baixo fretless (ampeg aub 1 1966) mas foi o primeiro a tocar com a precisão de um violoncelista, inovando a técnica e ampliando as possibilidades. Ou, como disse um crítico, trouxe maturidade ao instrumento.
Na metade da década de 80, Pastorius começou a apresentar problemas mentais, e sintomas do chamado distúrbio bipolar, síndrome de pânico e depressão, relacionada ao uso excessivo de drogas e álcool. Esse distúrbio tornou-o mundialmente famoso por seu comportamento exagerado e excêntrico, para não dizer bizarro. Certa vez, quando se apresentavam em Tóquio, foi visto completamente nu e aos gritos sobre uma moto em alta velocidade. Suas performances como instrumentista também mudaram, seu gosto pelo excentrismo e pelas dissonâncias se tornou exagerado e de certa forma incompreensível. Jaco passa a tocar em clubes de jazz em Nova York e na Flórida, tendo caído no conceito popular e transformado-se na "ovelha negra" do meio musical-jazzístico da época.
O trágico fim de John Francis Anthony Pastorius III inicia-se em 11 de Setembro de 1987. Após um show de Carlos Santana, se dirige ao Midnight Bottle Club, em Wilton Manors, Florida. Após ter um comportamento exibicionista e arrogante, entra em uma briga com o gerente do clube, chamado Luc Havan. Como resultado da briga, sofre traumatismo craniano e entra em coma por dez dias. Depois que os aparelhos foram retirados, seu coração ainda bateu por três horas. A morte do mais ilustre contrabaixista de todos os tempos data de 21 de setembro de 1987, aos 36 anos e dez semanas. Foi enterrado no cemitério Queen of Heaven, em North Lauderdale.
Uma das maiores homenagens prestadas a ele, foi registrada pelo lendário trompetista Miles Davis, que gravou a música Mr. Pastorius, composição do baixista Marcus Miller, lançada no álbum Amandla.
Discografia
1974
Litlle Beaver: Party Down
Paul Bley: Jaco
1975
Pat Metheny: Bright Size Life
Ira Sullivan: "Portrait of Sal A Rosa" a Ira Sullivan
1976
Jaco Pastorius
Weather Report: “Cannon Ball” e “Barbary Coast” a Black Market
Joni Mitchell: “Coyote”, “ Hejira”, “Black Crow” e “Refuge of the Roads” a Hejira
Ian Hunter: All-American Aliam Boy
Albert Mangelsdorff: Trilogue-Live!
Ao Di Meola "Suite: Golden Dawn" a Land of the Midnight Sun
1977
Weather Report: Heavy Weather
Joni Mitchell: Don Juan's Reckless Daughter
Airto: "Nativity" a I'm Fine, How Are You
1978
Weather Report: Mr. Gone
Herbie Hancock: "Good Question" a Sunlight
Tom Scott: "Lost Inside the Love of You" a Intimate Strangers
Flora Purim: Everyday Everynight
Cockrell & Santos: "E Tried It All" a New Beginnings
1979
Weather Report: 8:30
Weather Report: Havana Jam E & II
Joni Mitchell: Mingus
Joni Mitchell: Shadows and Light
Michel Colombier: Michel Colombier
1980
Weather Report: Night Passage
Herbie Hancock: "4 a.m." a Mr. Hands
1981
Word of Mouth
The Birthday Concerto
1982
Weather Report: Weather Report
Bob Mintzer: "E Don't Know" e "Spiral" a Source
1983
Invitation
1984
Randy Bernsen: "Olde Hats" e "Windsong" a Music for Planets, People and Washing Machines
1985
Brian Melvin: Night Food
Deadline: "Makossa Soul" a Down by Law
Jimmy Cliff: "Brown Eyes" a Cliff Hanger
1986
Mike Stern: "Mood Swings" a Upside Downside
Brian Melvin: Jazz Street
Brian Melvin: Nightfood
Brian Melvin: Standards Zone
Bireli Lagrene: Stuttgart Aria
Bireli Lagrene: Live in Italy
Randy Bernsen: "Swing Thing" e "Califoric" a Mo' Wasabi
1988
Randy Bernsen: "Paradise Citizens" a Paradise Citizens
Videografia
Joni Mitchell: Shadows and Light (1979), Warner Bros.
Live at Montreal Jazz Festival (1982), ITM/Jazz Door
Moderno Electric Bass (1986), Warner Bros.
Bibliografia
BOBBING, Bob (2002) Portrait of Jaco: The Early Years 1968-1978, Holiday Park Lembranças, Davie, Flórida. (CD + llibret)
MILKOWSKI, Bill (1995) Jaco: The extraordinary and tragic life of Jaco Pastorius, Backbeat Books, San Francisco
Guitar Player, Agosto 1984